João Sousa nasceu a dez de
junho do novo milénio, o ano 2000. A paixão pela moda surgiu desde cedo. Em
2015, com apenas quinze anos, começou os seus estudos em design de moda na
Escola de Moda do Porto. Em 2018 desenvolve a sua primeira coleção para
Primavera/Verão 19 intitulada "Filhos do Lago”, onde teve a oportunidade
de se estrear na plataforma de jovens criadores do Portugal Fashion, o Bloom.
A paixão pela moda como surgiu?
A paixão pela moda surgiu desde criança,
segundo a minha mãe foi por volta dos quatro anos que disse pela primeira vez
que queria ser designer de moda. A minha família está ligada à indústria, a
minha mãe é locutora de rádio e apresentadora de eventos, nomeadamente na
categoria da moda, o meu pai está ligado aos acessórios têxteis e a minha
irmã a fotografia e marketing, acho que só faltava um designer na família!
A família alguma vez influenciou na
escolha da área da moda?
Apesar de eu crescer no meio das
profissões diferentes ligadas à moda, a minha família nunca puxou para eu ser
designer, mas apoiou assim que tomei a minha decisão.
Como foi a experiência de estudar Design
de Moda na Escola de Moda do Porto?
Estudar na EMP fez-me designer. Eu entrei
sem saber nada da indústria da moda, mas com uma enorme paixão, o mundo
criativo. Foi na Escola de Moda do Porto que aprendi tudo o que sei e me defini
como designer através da formação com nomes de referência da moda nacional como
João Melo e Costa e Hugo Costa, tive ainda oportunidade de participar em
diversos concursos que me proporcionaram uma nova visão e diferentes desafios.
Em que medida é que a moda mudou a sua
vida?
Não propriamente a moda em si, mas toda a
mudança da minha cidade para o Porto fez-me mais livre, com um pensamento mais
abrangente, sem preconceitos e tabus. Ajudou-me a transmitir uma mensagem e a
criar um nome, que ainda pequeno, para mim era impensável com apenas dezanove
anos.
O facto de ter a oportunidade de estagiar
para a empresa de Denim Heavy Jeans e desenvolver algumas peças da coleção de
Inverno 2018 e Verão 2019 foi enriquecedor?
Foi, aprendi a lidar com o cliente, com
novos materiais e a pensar na forma do cliente que pode ser, e no caso foi,
completamente diferente da minha visão enquanto designer.
Considera a moda uma forma de expressão?
Sim. O estilo e a moda é a primeira
abordagem que temos de alguém. Eu posso estar a 100 metros de alguém e através
daquele look decifrar um pouco das crenças daquela pessoa, saber o que ela
defende! Claro que não sabemos tudo, mas é uma porta que se abre a partir desse
momento!
Qual foi a sensação que teve ao criar a
primeira peça?
Eu acho que não tive sensação para ser
sincero. Não é uma peça que me agrade muito hoje em dia, também porque na
altura sabia muito pouco. Contudo acho que posso afirmar que deu-me mais força
para melhorar!
A inspiração para a realização das suas peças baseia-se em algo em concreto?
Há um fio condutor que tento transmitir
que é uma mensagem sustentável, ainda que não seja a 100% porque infelizmente
nada pode ser 100% green, mas ainda que pouco ter essa consciência. Opto sempre
por artigos nacionais e uma assinatura 100% portuguesa e pretendo ainda que
cada coleção tenha uma mensagem, seja ela ambiental, social ou política.
Uma tendência que considere intemporal?
Não uma tendência em específico, mas uma
cor, o branco e os neutros. É algo que gosto de trabalhar e pretendo continuar
a explorar na minha marca.
De que forma é que a participação em
vários concursos nacionais tais como Namorar Portugal e Vestido de Chita foram
positivos para a sua carreira?
Foi muito enriquecedor, deu-me a
oportunidade de conhecer novos materiais e criar portfólio. Foi através destes
concursos e trabalhos que fui crescendo como criador!
Além disso, em 2018, vence o seu primeiro
concurso, um dos mais importantes em Portugal, os "Novos Criadores PFN”
que o leva a apresentar a sua primeira coleção no Bloom, como foi lidar com
todas essas conquistas?
Eu não estava à espera de ganhar o concurso
e de me estrear no Bloom com dezoito anos. Lembro-me que no dia do desfile
ainda pensava que era apenas uma apresentação de um trabalho, mesmo a escola
tendo terminado há quatro meses. Mas a porta abriu-se e eu aceitei o desafio, e
aos poucos vou construindo este caminho.
No mesmo ano, torna-se ainda um dos vinte
finalistas do concurso de Denim da Troficolor com o seu projeto, como se sentiu
quando lhe foi dada a notícia?
Fiquei muito grato, aliás posso afirmar
que foi a partir deste concurso que juntei a Troficolor à família João Sousa.
Mesmo sem ter ganho, desde então tenho a oportunidade de trabalhar com
materiais deles nas minhas coleções!
Um plano para o futuro?
Acho que o sonho de qualquer designer,
incluindo o meu, é apresentar no exterior. Gostava ainda de vestir a minha
musa, Candice Swanepoel, quem sabe um dia!
Qual foi o maior desafio que teve até
hoje?
Fazer com que as pessoas acreditem que um
jovem pode alcançar várias metas e que sabe o que faz. Infelizmente não são
todos que dão a oportunidade a um jovem de dezanove anos, contudo, tenho
conseguido ultrapassar estes obstáculos que me ajudam a crescer e a lutar pela
minha paixão.
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Por: Luana Teixeira



