Susana Bettencourt é uma designer de moda de 35 anos. Apesar de viver no continente à alguns anos, possui raízes açoreanas. A designer viveu mais de dez anos em Londres, onde se licenciou em Design de Moda com especialização em Malhas, no Central Saint Martins College of Art and Design, e concluiu com distinção o mestrado em Moda Digital, no London College of Fashion. Estreou-se no Portugal Fashion em outubro de 2011 e, em setembro de 2014, participou na Vienna Fashion Week com produção do Portugal Fashion Internacional. Com o apoio da ANJE, tem marcado presença em certames especializados em cidades como Londres, Copenhaga e Paris. Além disso. já vestiu celebridades como Sarah Harding no Red Carpet Fashion Awards.
Por: Luana Teixeira
Como surgiu a paixão pela moda?
A minha paixão começou pelas malhas, a minha infância era rodeada de artesãs, malheiras aqui no continente, pois nas férias vinha para o continente para casa da minha avó, porque ela tinha as máquinas de fazer malha em casa, a Brother.
Nasci no mundo das malhas, fui praticando os bordados das ilhas. Alguém que me influenciou foi a minha tinha Mariazinha da Maia, que foi artesã a vida toda, ela era uma mulher singer, trabalhava para as empresas das máquinas de costura e de malhas, inventava pontos, dava formações, tentava traduzir as técnicas feitas à mão para a máquina, então o contributo dela foi importante para mim.
Depois no 10º ano fui para Ciências, porque adorava Matemática, mas odiei e tornaram-se os anos mais difíceis da minha vida a nível emocional, porque era uma luta interior enorme, eu tinha facilidade para aquilo, no entanto, não era feliz a fazê-lo.
A minha sorte foi ter pais incríveis que me apoiaram e eu mudei para Artes, para tentar perceber aquilo que eu queria e quando mudei, ainda não sabia bem o que queria fazer, apesar de saber que desde pequena que adorava roupa, eu passava muito tempo na costureira, transformava várias peças, fazia as minhas próprias peças.
Então a partir daí comecei a perceber que era o que eu gostava realmente de fazer, fosse costura ou design de moda.
Quando comecei a pensar em ir para a faculdade, percebi que os cursos em Portugal relacionados com a área ainda eram muito recentes, então andei pelas embaixadas com o apoio dos meus pais a tentar perceber quais eram as faculdades que existiam com a oferta de design de moda à mais tempo, e em Londres, haviam as lojas mais antigas e com planeamento, e aí o meu pai incentivou-me a ir.
Quando lá cheguei é que me encaminharam para as malhas, porque eu achava que era design de moda, mas lá especializei-me mais nas malhas, porque lá é comum se especializarem em algum ramo, ou seja, pode fazer-se o primeiro ano geral, mas depois temos de envergar por uma especialidade.

Fonte: Susana Bettencourt | Fotógrafo: André Faria
Considera que o mestrado lhe abriu horizontes?
Confesso que tirei o mestrado porque o meu pai era uma pessoa que planeava muito as coisas e como desde os meus 16 anos até ao final do meu mestrado ele esteve com uma doença terminal (apesar de ter vivido mais tempo do que era previsto), então ele apoiou-me muito. Por exemplo, quando fui para Londres ele primeiro quis que tirasse um curso de costura para ter bases e só depois a licenciatura e o mestrado. Até porque a forma de pensar dele era muito “ninguém manda sem saber fazer”, portanto se vais desenhar algo no papel, tens de saber fazer. De certa forma foi um teste para saber se eu estava na área certa, pois se eu aguentava doze horas num curso de costura é porque gostava mesmo disto, por isso estive no curso mais ou menos durante um ano.
Eu estava resignada à minha licenciatura, por isso a parte do mestrado foi mais uma força dele.
No entanto, ele sempre me disse: “tu criando a tua própria marca vais demorar 10/15 anos a ser autossustentável”, ou seja, para que a marca me pagasse as contas, até porque criar uma marca do zero não é fácil.
O mestrado apesar de me ter aberto portas para a minha própria marca, até porque foi através do desfile do mestrado que eu fui selecionada para o Victoria Museum e uma exposição na Victoria House. Até mesmo os convites para a Semana da Moda de Londres e todos os convites para lançar a minha marca surgiram do mestado e da coleção final.
No entanto, quando me inscrevi o objetivo era ter uma formação extra no curriculum para que depois pudesse dar formação.
Qual foi a sensação que teve como criadora quando participou no London Fashion Week?
Confesso que se calhar devido ao meu feitio não valorizo, não celebro essas conquistas com a ênfase que devia celebrar, para mim é um objetivo, algo que queria conquistar, fico contente, mas não passava pela minha cabeça que não o fosse alcançar, mesmo que soubesse que não era um dado adquirido, pois tinha de trabalhar para isso.
Guiei alguns passos, cumpri o plano que tinha comigo mesma e isto é possível. Ainda que na altura o mundo da moda fosse menos aberto, por isso tinha muito menos certezas do que tenho agora. Portanto, olhando para trás sei que é uma grande conquista, que sou uma privilegiada, mas a partir do momento que consegui realizar a semana da moda de Londres várias vezes, em módulo apresentação e não em módulo desfile, mas a partir daí, confesso que depois torna-se mais normal.
Até porque eu queria alcançar isso para alcançar mais visibilidade, vendas, dar nome à marca e quando começo a ver que o mundo começa a girar ao contrário, o Instagram veio uns anos depois da minha marca ser criada, e aí quando as redes sociais começaram a mudar a nossa forma de viver, comecei a perceber que se calhar esse não era o único caminho, que existem muitos.
Mas é óbvio que é um marco e não deixa de ser importante conseguir isso.
Considera que as viagens até Londres, Paris, tornam-se importante para expandir o seu trabalho?
Eu tive a minha marca dois anos em Londres mas depois apercebi-me que a cidade é efetivamente muito dispendiosa, então depois regressei para Portugal, até porque nunca tencionei viver sempre fora do país.
Londres passava por um dos meus objetivos, mas era um meio para atingir o fim e não o fim e na verdade sempre achei possível que com as ferramentas certas, os conhecimentos e a sabedoria que fui adquirindo que seria possível fazer e vender a minha marca a partir de Portugal. Se eu acreditava nisso antigamente, em que as redes sociais não tinham a força que tem agora, hoje em dia acredito que nem é preciso ir estudar para fora, até porque nos jovens de hoje em dia eu não acho que seja o único caminho a seguir. Há marcas que vingam e não precisam disso.
O meu lado artístico é o meu calcanhar de Aquiles e é o que me tira a minha visão comercial de forma a que a marca expanda mais rápido, porque eu tenho uma grande paixão de artesã e de artista que é essencial para que eu transmita as minhas mensagens nas peças e sem isso para mim, o meu trabalho não tem significado e sem significado acho que era preferível trabalhar para outrem.

Fonte: Susana Bettencourt | Fotógrafo: Nelson Garcia
Como foi estrear-se no Portugal Fashion?
O meu primeiro desfile fiz na edição de Inverno, Londres e Paris e na minha 2ª coleção já tinha sido convidada pelo Portugal Fashion e aí tenho de agradecer ao Hugo Costa (porque mostrou o meu trabalho ao Miguel Flor) e ao Miguel Flor porque me deu a oportunidade de vir para o Bloom.
Recorda-se da primeira peça que criou?
A minha primeira peça ainda existe, não é de roupa. Foi um frasco que fiz em croché para o perfume do meu pai que ele usava sempre da Ralph Lauren.
Na adolescência experimentei imenso transformar calças em malas e vice-versa e brincar com lixívia e tingimentos.
No primeiro ano de licenciatura no designado “White Poject” em que existe um desfile no primeiro semestre do 1º ano, em que só podemos usar os tecidos que nos disponibilizam em tons de branco criando uma peça conceptual.
A peça era quase como se tivesse um acordeão na cabeça com umas palas e a inspiração foi a música popular “Ponha aqui o seu pézinho” em que fiz também um sketchbook e cada verso foi transformado em imagens e experimentações que eu fiz, com malhas e etc.
A peça que mais se orgulha de ter feito?
Fazer as malhas e as peças como já faço desde pequena, acaba por ser algo como andar, é natural inventar pontos, juntar crochê com malha e com jacquard e misturar tudo.
Algo que me orgulho e isso sim é difícil e não natural, é ter uma empresa sustentável e ter conseguido ultrapassar todo o meu estigma e dificuldade que eu tinha em fazer contas para perceber quanto dinheiro ia fazer por ano e como ia sobreviver.
Eu ter conseguido ultrapassar as minhas grandes dificuldades, é cálculos financeiros, contabilidade e perceber pelo menos o mínimo e indispensável para a minha empresa ser sustentável e conseguir pagar ordenados, tendo uma marca que está quase à dez anos no mercado.
Considera que as suas criações são mais direcionadas para um determinado estilo?
Eu entendo que o meu público alvo vai ser sempre alguém eclético que goste de arrsicar, não é uma mulher tímida porque é difícil uma pessoa passar despercebida com os nossos padrões e com as nossas peças. Claro que dentro da nossa coleção temos básicos, temos preto com preto, vermelho com vermelho, tentamos fazer os nossos “falsos lisos” como eu lhe chamo e se calhar a minha cliente que compra esse tipo de produtos mais clássicos e mais básicos aí vai ser uma cliente que procura conforto, distinção, mas confortável. No entanto percebo, eu não faço vestidos de gala, não faço vestidos de casamento, o nosso tempo de design de investigação não se direcionada para aí, por isso percebo que tenha um tipo de cliente não tímida e bold, mas ao mesmo tempo, acho que também pode ser alguém que pode não ser do mundo das artes, nem da moda, ou seja, que não esteja tão envolvida neste nosso mundo, mas que na verdade as minhas peças são confortáveis e são fáceis de perceber como vestir (basta pôr aquele casaco e aquela camisola, vestir tudo liso por baixo e a verdade é que o coordenado e o outfit está feito). Por isso, acredito que tenho clientes muito diferentes, apercebo-me através das vendas que faço, desde senhoras séniores a jovens na casa dos vinte.

Fonte: Susana Bettencourt | Fotógrafa: Maria Rita
Qual foi a sensação ao ver o vestido realizado por si na cantora, atriz e modelo Sarah Harding no Red Carpet Fashion Awards?
Há uma fotografia dela no Facebook com o Will Smith, ela é que a tirou e escreveu: “olha o teu vestido ao lado de quem está”, ela foi daquelas celeberidades que ela própria foi buscar o seu vestido ao apartamento e veio devolver, era muito terra a terra.
No caso da Lady Gaga já foi diferente, foi o assistente do assistente do stylist que pediu para aquele trabalho específico, portanto não tive qualquer tipo de contacto com ela como é óbvio, foi estritamente trabalho e profissional.
Mas claro que na altura senti-me uma iluminada e como é que aquela sorte estava a acontecer a mim, mas também foi um balde de água fria, tenho de ser sincera, porque de facto pediram para eu desenhar peças específicas, eu desenhei, fiz, comprou e depois na verdade eu nunca cheguei a ver fotografias com as peças, porque na altura eu não tinha agente e eles é que costumavam andar em cima disso, e como saía tanta coisa sobre ela na altura, nunca cheguei a perceber o que aconteceu, ou seja, se usou as peças. O stylist disse que as peças estavam ótimas e que estavam contentíssimos, mas a verdade é que nunca a vi vestidas com elas, por isso é que digo que acabou por ser um balde de água fria.
Qual foi o maior desafio que lhe propuseram?
Desde o apoio incrível que nós temos do Portugal Fashion que eu acho que nesse sentido podemos ter sempre muitas queixas e obviamente que há sempre designers que tem mais oportunidades que outras. Eu acho sinceramente que o Portugal Fashion acaba por também ser uma marca e uma representação do nosso país e por isso, temos de respeitar as suas escolhas, mas todas as oportunidades, desde o desfile em Roma, em que uma semana antes me dizem:”Susana daqui a uma semana tens coleção?” e eu penso: ”Ai, ainda nem a meio estou, mas ok vamos embora, eu consigo”, todas as noitadas que eu fiz valeram a pena.
Mas o grande desafio da minha vida foi o meu mestrado e a minha coleção final que fiz em condições muito difíceis, pois perdi o meu pai no início do mestrado, até pq a nível financeiro o mundo também desabou e confesso que ter a inteligência emocional para aguentar e concluir, ou até mesmo para conseguir perceber e ler os professores quando eles eram benevolentes e não estavam a dar-me as críticas certas foi o mais difícil. E perante isso eu conseguir pedir as críticas que eu precisava para ser melhor, esse foi o grande passo da minha vida.
O outro grande desafio que tive, desde as marcas que desenhei como a Realbanni e a Concreto (que ainda fazemos consultoria com eles), desde projetos que tenho com feiras, com os meus patrocinadores, sendo que foram eles que me encontraram dizendo :”nós fazemos fios, tu és malhas, temos de fazer algo juntos”, “queremos que estejas nos nossos catálogos, vais decidir as nossas cores”, “vamos inventar fios, vem trás desafios”. E eu acho que perceber aquele processo todo e o conhecimento que eles me passaram sem darem valor, acho que foi incrível.
Nos meus 35 anos, a nível de desafios eu sou uma abençoada, foram muitos até agora.

Fonte: Susana Bettencourt
Um plano para o futuro?
Acho que neste momento estamos numa altura de viragem, eu já estava a falar de uma necessidade de abrandar à três coleções, tem sido essa a minha inspiração, é uma das mensagens que eu sempre quis passar e é a agonia que sofro todos os dias, que as horas não chegam, que eu não consigo estar presente para todas as pessoas, eu não consigo responder e atender a tudo. Eu sinto que estou sempre com o meu trabalho atrasado e nunca é suficiente o tempo que tenho para tudo o que tenho para fazer e vivo nesta ânsia constante e tenho a certeza que o resto do mundo também deve sentir o mesmo. E acho que esta ânsia constante que vivemos tem consequências e reporcuções enormes e que nós nem sequer abordamos a maioria delas. Confesso que estava a precisar deste abrandamento, embora não me refira à crise económica que vamos passar nem ao facto dos portugueses todos que estiveram doentes, é obviamente dramático. No entanto, eu estava a precisar que o mundo todo fosse obrigado a parar para eu ter desculpa para parar e restruturar também. Confesso que já à muito tempo que não tinha o gozo, de acordar com calma, vir para o atelier e ter dias seguidos a trabalhar na minha marca, nas minhas coisas, com a minha equipa (apesar de não estarem aqui, está cada um na sua casa, ainda não defini como é que vamos dar a volta à questão, por isso para já ainda estamos assim), mas confesso que como tinha tantos serviços, tantos clientes, eles se calhar passavam uma manhã ou duas, se tanto, num atelier. E por isso acabava por sentir que a marca “já ia sem mim quase”, claro que o meu conceito está lá, a equipa incrível e a parte criativa é toda minha, mas a parte de costurar, pegar nas minhas peças, ser eu a cortar, ser eu a fazer, tinha muitas saudades disso e estou a matar essas saudades.
A nível de futuro, nos próximos meses, para além das máscaras que já estão desenvolvidas, já vendemos várias, estou muito contente com a resposta que elas estão a ter online, que temos feito com sustentabilidade, com tecidos que temos dentro de portas, que já eram nossos, ou seja, com o nosso estampado e com o nosso foro pessoal, vamos envergar pelo homewear, estamos a fazer almofadas e mantas para vender online, pois mais do que as roupas, como o homewear não tem tamanho, talvez tenha mais facilidade em conseguir vender e se calhar conquistar públicos que podem não querer vestir uma cor tão forte, mas que em manta ou almofada já é uma coisa que se veêm e se identificam.
Vamos devagarinho, eu já estou à muito tempo a dizer que quero fazer criança, em SS18 já demos alguns toques e introduzimos alguma coisa, mas agora queria mesmo fazer o Bettencourt. E digo assim, porque quero que seja mais marca e não marca de autor como Susana Bettencourt, ou seja, quero criar o Bettencourt de criança em que eu possa ter um contacto e uma interação direta. Por tanto, nós estamos a desenhar os nossos modelos com jacquard já da coleção e com aquilo que temos dentro de portas, sendo que o nosso objetivo é partilhar através das redes sociais em croqui e na loja online, tendo pré encomendas, porque eu nunca enverguei por criança, porque existem muitos tamanhos, e depois é obviamente uma despesa muito grande de stock, que uma marca como a minha pode não aguentar.
Por isso, cheguei à conclusão que vamos fazer croquis, fazemos as nossas simulações, vamos disponibilizar através do site como pré-encomenda, colocando apenas o valor de cinco euros para criar o compromisso da parte do cliente, enquanto aguarda pela sua peça.Depois, fazemos as peças e o cliente terá de aguardar de três semanas a um mês, mas assim podemos-mos salvaguardar a nível de tamanhos, porque produzimos apenas depois de saber qual é o tamanho, ao invés de produzir uma escala de tamanhos enorme que nos pode comprometer e criar alguns problemas. Além disso, criar algum feedback e perceber quais são as cores, os padrões que vão querer para criança, sem ter de estragar o material.
E pronto, de um modo geral, as novidades são o homewear, as máscaras, a roupa de criança e a nível de futuro mais longínquo, como setembro/outubro, eu continuo a planear as minhas feiras internacionais. Aquelas que estão abertas entendem que se calhar podemos chegar à hora h e não ser possível fazer uma feira física, mas estão a criar plataformas online. Para além disso, o nosso foco é efetivamente o nosso website e a nossa loja online, que até hoje não era aí que investíamos o nosso tempo e agora estamos a investir muito mais e queremos cada vez mais descobrir plataformas de forma a chegarmos a mais pessoas, a mais clientes, estamos também nos asosmarket para ver se conseguimos atingir novos clientes.
Estou ansiosa para ver como é que o Portugal Fashion e até mesmo as semanas da moda, como Milão continua a afirmar que vai realizar-se em setembro, embora ainda não saibamos se isso vai realmente acontecer. Até porque tenho um convite para a semana da moda de Nova York, mas como é um campeonato que envolve muitos custos financeiros, neste momento não consigo suportar, no entanto, pode ser que surja oportunidade através de um apoio, para ver se consigo dar resposta ao desejo dos americanos.
Como surgiu a criação das máscaras perante a fase de pandemia?
O primeiro teste de máscaras foi com a família e com os amigos e ainda não pusemos máscaras online com padrão liso, porque ninguém quis, toda a gente optou pelos padrões. Como as encomendas destas resultaram, embora possa não ser a máscara a nível de modelo mais bonita ou mais desenvolvida, porque são pregas, ainda que a nível de trabalho, estas tenham uma forma de criar mais trabalhosa, pelo menos para mim, devido a ter de tentar casar o padrão e das pregas.
Sinto-me mais confortável a andar na rua e no supermercado a andar com este estilo de máscara com pregas, pois tenho mais espaço para respirar em comparação às de estilo ergonómico.
Eu até queria começar a debruçar-me mais sobre as almofadas e malhas, mas as encomendas das máscaras não páram e então claro que também fico contente.

Fonte: Susana Bettencourt
Qual é o papel que a moda possui na atualidade?
A moda está muito ligada com a auto-estima e com a confiança das pessoas. Para mim, a moda é veículo, é uma forma pela qual expresso artisticamente e gostava de encontrar outras formas de o fazer para além da moda, confesso. É um veículo que eu uso para transmitir uma mensagem e para várias coisas. Penso que, na atualidade, a moda para além de inovação, investigação, nós inventamos muita coisa, desde os memorial e os materiais que movimentam com a eletricidade, a fibra ótica e tudo aquilo que se implementa hoje em dia na moda. Para além da investigação incrível que temos hoje em dia no mundo das malhas que podemos desenvolver cada vez mais e cada vez mais rápido, eu acho que há uma coisa que a moda significa para muita gente que é trabalho, o têxtil é muito importante no nosso país. Mas acima de tudo quando pensamos num consumidor para mim eu acho que a moda é consumida, porque efetivamente as pessoas estão cada vez mais, ou sempre tiveram, mas agora fala-se mais, problemas de confiança, auto-estima, e uma peça de roupa, a moda pode ajudar nisso.

Fonte: Susana Bettencourt | Fotógrafa: Maria Rita




